Apresento as minhas condolências à família da fadista Argentina Santos.
Lisboeta da Mouraria, ainda jovem abriu um restaurante e casa de fados, A Parreirinha de Alfama. Cantou uma noite a pedido, numa desgarrada, e nunca mais deixaram de lhe pedir que cantasse.
Começou a gravar em 1953, e se não deixou muitos discos, teve uns quantos sucessos, de fado castiço sobretudo, e contou com a admiração dos pares, que muitas vezes a convidaram para concertos seus. Carlos do Carmo elogiou-lhe a intensidade e os contrastes: «Em dois, três versos existe um pregão que só é de Lisboa, e depois, em absoluto contraste logo a seguir, existe um recolhimento, uma contenção, que parece uma reza».
A partir da década de 90, Argentina Santos atuou com frequência no estrangeiro, e participou no espetáculo Cabelo Branco é Saudade, de Ricardo Pais, e no filme Fado, de Carlos Saura.
A Ordem do Infante, em 2013, reconheceu a sua força genuína e a sua dedicação ao fado.