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Presidente da República lamenta a morte de Fernando Lemos

Foi com grande pesar que recebi a notícia da morte de Fernando Lemos, um dos últimos grandes artistas do surrealismo e modernismo português.

Será certamente difícil não conhecer pelo menos uma parte do multifacetado talento de Fernando Lemos, cuja obra percorreu a pintura, a escrita, a fotografia, o desenho, encenações figurativas, design e até publicidade.

Foi no Brasil que decidiu viver nos anos 50, embora nunca tenha quebrado a ligação com Portugal, onde nas décadas seguintes continuou a apresentar os seus trabalhos, na Sociedade Nacional de Belas Artes, na Fundação Calouste Gulbenkian e em diversas galerias, não esquecendo a última grande exposição de Fernando Lemos na Cordoaria Nacional, há poucos meses, dedicada exclusivamente ao design gráfico.

Artista mutável, transfigurador do real e da sombra, a sua obra (e é inevitável lembrar em particular a fotografia e o retrato) tem tanto de ambiguidade difícil de catalogar como mero abstracionismo, como de familiaridade quando os objetos retratados eram os rostos de Alexandre O’Neill, ou Sophia Mello Breyner, Jorge de Sena, Mário Cesariny, Helena Vieira da Silva, Hilda Hilst, Arpad Szenes, e muitos outros.

Em 2018 foi-lhe atribuído o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, a que se somam inúmeras distinções, prémios nacionais e internacionais, mas sobretudo o reconhecimento e profunda gratidão de todo um país perante o mestre do modernismo.