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Presidente da República agracia Pedro Caldeira Cabral nos 50 anos de carreira

“Identificar Pedro Caldeira Cabral como «músico» é ao mesmo tempo evidente e insuficiente. Porque não se trata apenas de um compositor ou de um instrumentista, que bem conhecemos, mas também de um investigador, diria mesmo de um militante musical, sobretudo nos campos da música antiga e da guitarra portuguesa.

O seu primeiro contacto com a guitarra aconteceu muito cedo, aos 8 anos. E nunca mais perdeu o interesse e a paixão por este instrumento, pelas suas inumeráveis variações, incluindo a célebre guitarra portuguesa, mas também o alaúde ou a viola da gamba, entre outros.

De certo modo, Pedro Caldeira Cabral é um tradicionalista. Estudou a história dos instrumentos, a sua morfologia, o seu repertório. Acompanhou fadistas importantes, geralmente de cunho mais «tradicional», como Vicente da Câmara e Maria Teresa de Noronha. Tocou com instrumentos de época. E manteve uma atenção verdadeiramente museológica pelos percursos da música portuguesa e europeia.

Mas um tradicionalista, neste caso, é alguém que vivifica o seu objeto de estudo e de trabalho. Estudar a guitarra, trabalhar como compositor e executante e colaborar com músicos de diversas áreas (de Fernando Alvim a Vitorino e a Carlos Bica) são outras tantas maneiras de compreender e reavivar a continuidade histórica, uma vez que a música nova é muitas vezes uma reconfiguração nova de formas musicais antigas.

Como forma de gratidão de uma comunidade decidi agraciar com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante a um dos grandes melómanos portugueses, Pedro Caldeira Cabral.

Marcelo Rebelo de Sousa”