Apresento as minhas condolências à família do cineasta e escritor António de Macedo.
É provável que António de Macedo seja sobretudo conhecido como uma personalidade que continuadamente defendeu um cinema de grande público e que dirigiu filmes-sensação como “As Horas de Maria” ou “Os Abismos da Meia-Noite”.
Mas a sua carreira não pode ser entendida sem lembrarmos a sua participação no movimento do Cinema Novo (nomeadamente com as longas-metragens que assinou entre “Domingo à Tarde”, de 1965, e “A Promessa”, de 1972) e a sua empenhada intervenção enquanto fundador de cooperativas cinematográficas.
Autor de uma obra multifacetada e em várias registos, Macedo realizou ficções e documentários, longas, médias e curtas metragens, filmes para a televisão. Também romancista, contista, dramaturgo, ensaísta, especializou-se no estudo de áreas como a religião comparada, o esoterismo e a filosofia. Arquiteto de formação, viria a doutorar-se em Sociologia da Cultura. Também se dedicou ao ensino, e publicou estudos de estética fílmica.
Além de tudo isto, que é muito, António de Macedo será também recordado como um dos maiores ativistas da Ficção Científica em Portugal, animando coleções, encontros, antologias, e inspirando os fãs portugueses da Ficção Científica e do fantástico, nomeadamente os criadores de festivais como o Fantasporto e o MOTELx.