Apresento as minhas condolências à família da atriz, declamadora e pedagoga Maria Germana Tânger, que lembro com saudade.
Durante décadas, Germana Tânger foi em Portugal um dos expoentes da arte da poesia dita, tal como João Villaret e, mais tarde, Mário Viegas. Do grupo de teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa ao Conservatório, onde deu aulas de dicção, passando por Paris, onde estudou, pelo Brasil, onde conviveu com o meio cultural, e por diversos programas radiofónicos e televisivos, Germana Tânger teve uma longa e intensa carreira, atravessando épocas, regimes, tendências.
Desafiada a dizer poesia por Almada Negreiros, levou aos palcos a "Ode Marítima" de Álvaro de Campos, em 1959, e continuou, durante mais de meio século, a formar atores, a acompanhá-los, e a levar a poesia a um público mais vasto.