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Presidente da República envia condolências à família de António da Cunha Telles

Quando pensamos no Cinema Novo português, que na década de 1960 contribuiu para que nos alinhássemos, por uns anos, com a modernidade europeia, lembramos sobretudo os realizadores, mas foram igualmente fundamentais figuras como o produtor António da Cunha Telles, que fez esse cinema acontecer.

Tendo estudado no Institut des Hautes Études Cinématographiques, em Paris, e contactado com os expoentes da Nova Vaga, ocupou depois, em Portugal, várias funções ligadas à sua área de estudos. Como produtor, acumulou um currículo extensíssimo e distinto, começando com «Os Verdes Anos» (1963), «Belarmino» (1964) ou «Domingo à Tarde» (1966), obras-chave de uma revolução antes da revolução, e com filmes de Pierre Kast ou François Truffaut.

Estreou-se como cineasta de longa-metragem com «O Cerco» (1970), selecionado para o Festival de Cannes, e deixa inédita a sua sexta ficção, «Cherchez la femme». Tendo possibilitado a existência de um cinema mais exigente, também formou o gosto de uma geração, distribuindo algum do mais destacado cinema de autor da década de 1970. Depois do 25 de Abril, esteve na administração do Instituto Português de Cinema e da Tóbis, e continuou durante décadas a produzir e distribuir cinema português e internacional. Em 2018, recebeu as insígnias de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

À família de António da Cunha Telles, que deu continuidade ao seu ofício, manifesto o meu pesar e o reconhecimento pelo trabalho de um homem que nos ajudou a sermos do nosso tempo.