Apresento as minhas condolências à família do antropólogo Rui Mateus Pereira.
Os seus trabalhos académicos, não apenas informados mas sensíveis a paradoxos e ambiguidades, nomeadamente a sua tese de doutoramento “Conhecer para dominar: o desenvolvimento do conhecimento antropológico na política colonial portuguesa em Moçambique, 1926-1959”, foram reconhecidos por historiadores e cientistas sociais como decisivos para o estudo das relações entre o conhecimento antropológico e a administração colonial no Estado Novo.
Professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e membro do Instituto de História Contemporânea, Rui Pereira escreveu igualmente sobre temas como os arquivos militares e os museus, e exerceu ainda cargos públicos no Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, na Direção Municipal de Cultura da Câmara Municipal de Lisboa e na Secretaria de Estado da Cultura, exemplificando, em democracia, os nexos entre o saber académico e a administração pública.