Felicito a escritora moçambicana Paulina Chiziane pela atribuição do Prémio Camões.
A obra de Chiziane, que tem tido edição portuguesa, cruza identidades (à imagem da biografia da própria escritora), cruza linguagens literárias e orais, e cruza histórias de violência, as da subjugação feminina e as que são herança de duas guerras, a guerra da independência e a guerra civil.
Primeira mulher a publicar um romance em Moçambique, em 1990, muito empenhada cívica e politicamente, a autora de “Niketche: Uma História de Poligamia” tem dado voz a traumas recentes e a combates ainda em curso, testemunho cujo impacto o Prémio Camões veio agora reconhecer e consagrar.