O Presidente da República apresenta sentidas condolências à família do advogado e ex-bastonário António Osório de Castro, que usava como nome literário António Osório.
Nascido numa família com um invulgar trajeto cultural e cívico, António Osório pertenceu à geração poética dos anos 50, esteve ligado a revistas como “Anteu” (1954), mas estreou-se em livro apenas em 1972, anunciando uma inflexão de claridade e empatia que teria notórias consequências na poesia dessa década. O título desse livro inicial, “A Raiz Afectuosa”, era aliás todo um programa.
Foi um poeta do amor e da família, da natureza, dos bichos, dos ofícios, minucioso, lírico, em diálogo constante com a poesia italiana, com a sabedoria oriental e com a pintura europeia. Escreveu ensaios, crónicas, memórias, poemas em prosa, aforismos, e dirigiu a revista de escritores juristas “Foro das Letras”.
Bastonário da Ordem dos Advogados entre 1984 e 1986, presidiu à Associação Portuguesa para o Direito do Ambiente e dirigiu a “Revista de Direito do Ambiente e do Ordenamento do Território”, preocupação que unia a sua vida profissional, poética e pessoal.
Acreditou na harmonia das coisas e com as coisas, e na palavra como «libertação da peste».