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Presidente da República lamenta a morte do pianista José Carlos Sequeira Costa

Ao tomar conhecimento do falecimento do pianista José Carlos Sequeira Costa, envio à família enlutada as minhas mais sentidas condolências.

Desde criança demonstrava um talento invulgar para a música, ainda em Moçambique, onde viveu até aos 8 anos. Quando a família regressou a Lisboa, Sequeira Costa iniciou uma aprendizagem marcante com José Vianna da Mota, desenvolvendo uma interpretação muito singular de compositores do Romantismo, com especial destaque, naturalmente, para Beethoven, mas também Liszt, Chopin, Schumann, Rachmaninov, Ravel.

Com apenas 21 anos recebeu o seu primeiro prémio internacional, Marguerite Long (de Paris), e aos 27 anos fundou o consagrado Concurso Internacional de Música de Lisboa Vianna da Mota. Apenas um ano depois, recebeu um convite do conceituado pianista Dmitri Chostakovitch para fazer parte do primeiro júri da Competição Internacional Tchaikovsky.

E se estes foram apenas os primeiros anos de uma carreira absolutamente notável, que se estendeu ao longo de várias décadas, e que mereceu em 2004 a distinção com a Grã-Cruz da Ordem Infante D. Henrique pelo Presidente da República Jorge Sampaio, também é digno de nota o seu percurso enquanto professor, mentor, pedagogo, sobretudo na Universidade do Kansas, onde fez grande parte da sua carreira académica - embora nunca esquecendo Portugal, tendo sido um dos principais impulsionadores do Festival Internacional de Música da Póvoa do Varzim, onde actuou por diversas vezes.

Seguindo os preceitos da escola pianística alemã, Sequeira Costa tinha um domínio rigoroso do gesto, da intensidade, da precisão, ao ponto de parecer quase natural e intuitivo o que era, afinal, fruto de um trabalho intenso e intransigente.

Será lembrado certamente como um dos maiores pianistas clássicos de Portugal e pela forma como inspirou gerações de tantos jovens músicos, alunos, ouvintes, espectadores, apaixonados pela música clássica e rendidos ao seu raríssimo talento.