Apresento as minhas condolências à família do poeta António Salvado.
Revelado na década de 1950, com apenas 18 anos, haveria de escrever uma vasta obra poética, quase uma centena de títulos, livros intimistas e metafísicos, profundamente ligados às raízes e à tradição lírica, mas sem ignorar as lições da modernidade.
Destacou-se igualmente como tradutor, antologiador entusiasta e ensaísta, mantendo uma intensa colaboração na imprensa. Frequentador da tertúlia do Café Gelo, co-dirigiu, com Herberto Helder, as «Folhas de Poesia» (1957-59).
Todo o seu percurso esteve ligado a Castelo Branco, cidade onde nasceu, onde lecionou, onde dirigiu o Museu Francisco Tavares Proença Júnior e a revista «Estudos de Castelo Branco». O município haveria de lhe atribuir a Medalha de Ouro da cidade, dando também o seu nome a um prémio internacional de poesia.
Entre outras distinções, António Salvado recebeu um doutoramento «honoris causa» pela Universidade da Beira Interior, a Medalha de Mérito Cultural e a comenda da Ordem de Sant’Iago da Espada.