Fernando Guimarães era o decano dos poetas portugueses. Estreou-se em 1956, com «A Face Junto ao Vento», e o seu último livro de poemas, «Sobre a Voz», saiu já em 2025.
A sua poética formou-se à época da influente revista «Árvore», uma das muitas nas quais colaborou, e manteve sempre uma forte dimensão reflexiva, que ia do «poema sobre o poema» às meditações, ao jeito Romântico, a partir de objectos ou figuras históricas.
Traduziu autores de língua inglesa como Byron, Shelley, Keats, D. H. Lawrence ou Dylan Thomas. E por ambas as atividades recebeu os principais prémios literários portugueses.
Indissociável do poeta é o ensaísta que dedicou, desde «O Problema da Expressão Poética» (1959), inúmeras obras aos movimentos, estéticas e vanguardas, à arte e à filosofia. Foi crítico de poesia no «Jornal de Letras», onde escreveu o seu último texto há semanas, aos 97 anos.
O Presidente da República apresenta as suas condolências à família, lembrando a seriedade do seu trabalho intelectual e a sua generosa afabilidade.