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Presidente da República lamenta a morte de João Cutileiro

João Cutileiro nunca foi indiferente, nem nunca nos deixou indiferente. Nascido numa família culta, com forte ligação ao Alentejo, irmão do futuro diplomata e escritor José Cutileiro, viveu em Lisboa, onde conheceu bem o meio literário e artístico. O surrealismo interessou-o, a política tentou-o, as viagens ao estrangeiro abriram-lhe horizontes.

Descoberta a vocação artística, estudou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e de seguida, escapando ao academismo, em Londres, na Slade School of Arts. Começou a expor na década de 1960.

O seu trabalho como escultor, mas também como fotógrafo, é marcado pelas revisitações do imaginário nacional e por um franco erotismo. As figuras históricas destinadas ao espaço público, nomeadamente o “Dom Sebastião de Lagos” (1973), mas também o monumento ao 25 de Abril, no alto do parque Eduardo VII, em Lisboa, assumiram uma vontade de revisitação terra-a-terra, mordaz, da História e das mitologias nacionais.

Tive o privilégio de com ele privar em certa época, num ambiente de amizade. Nas últimas décadas viveu em Évora, onde apadrinhou muitos artistas mais jovens e expôs a sua vasta obra, tendo doado o seu espólio à Direção Regional de Cultura do Alentejo, à Universidade de Évora e à Câmara Municipal.

À família de João Cutileiro envio as minhas sentidas condolências.