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Presidente da República evoca Isabel da Nóbrega

Cronista e ficcionista, e cronista mesmo quando ficcionista, Isabel da Nóbrega foi, com Maria Judite de Carvalho, Fernanda Botelho, Natália Nunes ou Graça Pina de Morais, uma das escritoras que, na segunda metade do século XX, questionaram de forma inconformada e aguda o quotidiano burguês e o lugar das mulheres.

Fundadora do jornal “A Capital”, escreveu em muitos outros jornais e revistas, e colaborou com a televisão e a rádio, ultimamente na Antena 2. Da sua bibliografia, não muito extensa, mas muito variada (inclui também teatro e literatura infantil), destaca-se o romance “Viver com os Outros”, de 1964, que venceu o Prémio Camilo Castelo Branco, livro em que a «objetividade» das conversas (gravadas) das personagens é, em si mesma, um testemunho.

Associada muitas vezes a escritores com quem partilhou a vida, é de justiça que seja lembrada pelo seu contributo para a descrição de uma época e de uma sociedade, para a experimentação narrativa e, acima de tudo, para a revolução antes da revolução que já constituía a escrita das mulheres em Portugal em meados do século.

À família de Isabel da Nóbrega apresento as minhas sentidas condolências.