Quando, em 2020, o júri do Prémio Camões distinguiu Vítor Manuel Aguiar e Silva, estava a reconhecer, como já fizera noutras ocasiões, a importância que o ensaio, a crítica, a teoria e os estudos literários têm numa cultura, neste caso a portuguesa e a de língua portuguesa.
Aguiar e Silva lecionou muitos anos na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde se doutorou, transferindo-se mais tarde para a Universidade do Minho, da qual foi vice-reitor. Ficou conhecido como autor de uma marcante e várias vezes reeditada «Teoria da Literatura», cuja primeira edição saiu em 1967.
Camoniano ilustre, além desses «labirintos e fascínios» interessavam-lhe os clássicos, maneiristas e barrocos, e os contemporâneos como Jorge de Sena ou Manuel Alegre, tendo também publicado diversos estudos sobre metodologias, humanidades, ensino da literatura, estudos culturais, política da língua e a problemática do cânone.
Entre outras atividades culturais e de cidadania, esteve na origem da fundação do Instituto Camões.
À família do Professor Doutor Aguiar e Silva manifesto a minha admiração e o meu pesar.