Apresento as minhas condolências à família do poeta José Alberto Oliveira. Médico cardiologista, leitor omnívoro, mas de inclinação anglófona, tradutor de Poe, Auden, O’Hara ou Simic, manteve uma longa ligação à editora Assírio & Alvim.
O seu primeiro livro, de 1992, estabeleceu um registo do qual pouco haveria de se afastar: quotidiano mas não trivial, tecnicamente seguro mas sem querer dar nas vistas, disfórico, irónico.
Parafraseando um dos seus títulos, «Nada tão importante que não possa ser dito», não era um poeta do indizível, mas daquilo que podemos dizer, ainda que isso seja apenas uma aproximação imperfeita às coisas tais como elas são.