Casimiro de Brito foi um dos autores da publicação coletiva “Poesia 61”, um conjunto de poetas que, quase ao jeito de um manifesto, se afastavam de modos de escrever narrativos, confessionais ou sentimentais e introduziam uma renovada exigência sintática e lexical.
Em 1961, Casimiro de Brito já tinha feito jornalismo literário na imprensa algarvia, fundado uma coleção de poesia, publicado três livros e codirigido, com António Ramos Rosa, os “Cadernos do Meio-Dia”. A sua obra, abundante, mais tarde recolhida em livros como “Ode & Ceia”, seguiu por caminhos diversos, onde se destacam a lírica amorosa e o diálogo com as poéticas orientais. Editou também ensaios, aforismos e ficção. Vencedor de prémios nacionais e estrangeiros, recebeu igualmente as insígnias da Ordem do Infante D. Henrique.
Militante de causas, e da sua classe, exerceu funções de vice-presidente da APE e de presidente do PEN, tornando-se presença assídua em festivais internacionais e antologias. Era um homem afável, generoso e entusiasta, que encarnou uma certa ideia de poesia e de poetização de vida.
À família de Casimiro de Brito envio as minhas sentidas condolências.