O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa dirigiu uma mensagem a propósito da realização, no dia 9 de junho de 2024, das Eleições para o Parlamento Europeu.
“Muito boa noite,
Portugueses,
Amanhã vamos poder votar na Europa que queremos para os próximos cinco anos.
E este voto é muito diferente do voto de 2019.
Em 2019, não tínhamos vivido a pandemia. Nem a crise económica e social que provocou.
Em 2019, não tínhamos vivido a guerra na Europa, envolvendo grandes potências do mundo, além da própria Europa. Nem mais outra crise, que ainda não acabou, como não acabou a guerra.
Em 2019, acreditava-se que tudo podia ser mais rápido, no crescimento continuo das economias e na muito maior justiça social. Corrigindo as desigualdades em que perdem as pessoas no seu dia a dia.
E perdem sempre os mais pobres, dependentes e frágeis.
Em 2024, vivemos e sabemos aquilo que não vivíamos nem sabíamos em 2019. Vivemos o que sabemos ser a situação mais grave na Europa nos últimos 30 anos.
No passado, temos ligado de menos a estas eleições, que, no entanto, sendo sobre a Europa, são também sobre Portugal, sobre nós próprios. A nossa Democracia, as nossas condições de vida, a nossa circulação, as nossas Comunidades na Europa.
Agora, o que está em causa é uma guerra, os seus efeitos e a urgência de garantir, o mais rapidamente possível, que seja ultrapassado o que vivemos. Agora, já não podemos fazer de conta de que não há guerra, que nos é indiferente que dure pouco ou muito, ou o modo como acaba, que ela não nos toca a todos, nos preços, nos salários, no emprego, na incerteza sobre o nosso futuro.
Agora, não votar é metermos a cabeça na areia, é perdermos por falta de comparência. Em vez de dizermos o que queremos. De darmos mais força aos nossos representantes na Europa. De darmos mais força à Europa no mundo.
Já votaram, antecipadamente, mais de 225 000 portugueses.
É possível votar, amanhã, em mobilidade, isto é, onde quer que nos encontremos e haja uma secção de voto.
Portugueses,
Vale a pena, desta vez, ainda mais do que nunca, mostrar que o voto é uma arma, uma arma de Liberdade, uma arma de Democracia e uma arma de Paz.
A arma que não existia até 1974. Desperdiçá-la é desperdiçar uma oportunidade ainda mais única de construirmos o nosso futuro.
Usá-la, neste momento, nos 50 anos do 25 de Abril, e, sobretudo, num momento crítico para a Europa, para Portugal e para todos nós, é mais importante, é mais necessário, é mais urgente do que nunca.
Usá-la e ir amanhã votar é sermos, também nós, a decidir esse futuro.
Muito boa noite.”