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Presidente da República evoca Graça Lobo

Entre as figuras que representaram uma determinada ideia do teatro, do espetáculo, ou até do espaço público, Graça Lobo esteve sempre do lado do cosmopolitismo, do «glamour», da provocação e da alegria de viver.

Estudou no Conservatório e estreou-se como atriz na Casa da Comédia em 1967, trabalhando depois com as companhias de Luzia Maria Martins e Carlos Avilez. Fez repertório clássico e eclético, de Ibsen e Pirandello, a Genet, Pinter ou Albee. Samuel Beckett foi uma das suas devoções, e levou à cena a Molly Bloom de Joyce e Mariana Alcoforado.

A Companhia de Teatro de Lisboa, que fundou com Carlos Quevedo, privilegiou um reportório anglófilo e satírico, e mostrou-nos a faceta dramatúrgica de Miguel Esteves Cardoso. Ao seu jeito idiossincrático, Graça Lobo despediu-se com «As Três (Velhas) Irmãs», original revisitação de um clássico.

Deixa-nos na memória, inconfundíveis, uma presença, uma voz e um gosto pela liberdade.