Manifesto o meu pesar pela morte do editor Luís Oliveira, que fundou em 1979 a Antígona, editora “refractária” com especial interesse em livros e autores heterodoxos, interventivos e provocadores, numa linhagem que vai dos libertários e libertinos aos iluministas, aos anarquistas, surrealistas ou situacionistas, e às mais diversas formas de pensamento crítico e ousado, preocupação que vinha a par com um grande cuidado editorial (traduções, capa, grafismo).
Se nenhum projeto é o projeto de uma figura solitária, para mais uma editora que pressupunha uma «comunidade invisível», a Antígona confunde-se com a militância e o desaforo de Luís Oliveira.