Ator fundamental mas discreto do teatro e cinema portugueses, Luís Lucas esteve ligado a muitos projetos e autores determinantes no último meio século, como A Comuna, de que foi fundador, o Teatro da Graça, a Cornucópia, os Artistas Unidos, Manoel de Oliveira, José Álvaro Morais ou Jorge Silva Melo.
Em teatro, a sua formação foi marcada pelos cursos de Ariane Mnouchkine e o trabalho como assistente de Patrice Chéreau e Jean Jourdheuil. E no cinema deixou-nos retratos vívidos e assombrados de uma geração e de uma sensibilidade, em que se destacam «Passagem ou A Meio do Caminho», «Dina e Django» e «O Bobo», filmes onde conjugava a intensidade, a ameaça ou o desassossego e uma afabilidade melancólica muito sua.
À família de Luís Lucas manifesto o meu pesar e a minha homenagem.