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Presidente da República lembra Julião Sarmento e envia condolências à família

Apresento as minhas sentidas condolências à família de Julião Sarmento, um dos mais talentosos, produtivos e generosos artistas portugueses das últimas décadas.

Vindo da Escola de Belas-Artes, Julião Sarmento trabalhou na Secretaria de Estado da Cultura logo após a Revolução, contribuindo para a reconfiguração das práticas artísticas em Portugal, e foi um dos nomes escolhidos por Ernesto de Sousa para uma exposição que fez época, a Alternativa Zero, em 1977.

Por essa altura, já usava os mais diversos registos, sobretudo a pintura, o desenho e o vídeo, e já estava atentíssimo ao contemporâneo, a correntes, conceitos, cruzamentos, modos de produção e difusão.

Nas décadas seguintes, tornar-se-ia o mais internacional dos artistas portugueses, expondo em galerias e museus europeus, americanos, japoneses, e participando nas Bienais de Veneza e de São Paulo e na Documenta de Kassel. Também se notabilizou como coleccionador e curador, deixando um importante acervo que emprestou à cidade de Lisboa e será exposto em breve, e dando provas de abertura e entusiasmo, nomeadamente com as gerações mais jovens.

Dele lembraremos a modernidade provocante das sucessivas séries, muitas delas à volta da figura feminina, da palavra literária ou do cinema; o seu alinhamento com o novo e o vibrante; a sua presença ímpar no nosso tempo e no nosso imaginário, que nos ajudou a ser deste tempo e a imaginá-lo.