Poucas figuras da Igreja portuguesa das últimas décadas foram tão carismáticas, enérgicas e interventivas como o Pe. João Seabra.
Aluno brilhante de Direito, na Universidade de Lisboa, doutorado em Direito Canónico, em Roma, foi capelão da Universidade Católica, pároco de Santos-o-Velho e de Nossa Senhora da Encarnação, cónego da Sé Patriarcal, e esteve ligado à fundação do Colégio de São Tomás e ao Movimento Comunhão e Libertação. Dele se disse que foi o melhor bispo que nunca tivemos.
Homem da fé e da razão, da ação e do pensamento, mostrou-se sempre incansável na defesa não apenas das suas convicções mas da verdade cristã que professava, apostado na formação dos jovens, defensor da necessidade de dar testemunho e de não temer ir contra a corrente.
Foi também um sacerdote, colega e grande amigo com quem muito convivi, desde os 12 anos, que estimei, em especial nos anos turbulentos da mudança de regime, e cujo percurso e personalidade marcantes nunca deixei de acompanhar.