Portugal perdeu, hoje, uma das personalidades mais marcantes dos últimos sessenta anos. Na política, na sociedade, na afirmação da liberdade de expressão e de imprensa.
Na política, Deputado da Ala Liberal, e, nela, coautor dos projetos de revisão constitucional, lei de imprensa, lei de reunião e associação e lei de liberdade religiosas, para mudar o Portugal do final de sessenta e início de setenta.
Depois do 25 de Abril, fundador do PPD, hoje PSD, Vice-Presidente da Assembleia Constituinte, Parlamentar, Governante, Presidente do Partido e Primeiro-Ministro, durante a revisão constitucional que pôs termo ao Conselho da Revolução, com a transição para a Democracia plena, longevidade, Conselheiro de Estado.
Desde os anos 70 do século passado até ao novo século, dos políticos portugueses com efetiva projeção externa, em particular na Europa e nos EUA.
Na sociedade, integrando ou liderando causas, movimentos de opinião e instituições europeístas, euroafricanas e latino-americanas e transatlânticas.
Na afirmação da liberdade de expressão e de imprensa, militando contra a censura e o exame prévio, fundando o Expresso antes do 25 de Abril, criando um novo grande grupo de comunicação social, elaborando a primeira lei de imprensa democrática, integrando o Conselho de Imprensa, lançando a SIC, revolucionando o que era a informação no final da ditadura e no início da Democracia.
Visionário, pioneiro, criativo, determinado, batalhador, democrata, social-democrata, europeísta e atlantista, esteve em quase todos os combates de meados dos anos sessenta até hoje.
Portugal não o esquece.
Portugal nunca o esquecerá.
Marcelo Rebelo de Sousa